Avanços em restauração capilar.
- Douglas Menon
- 2 de dez. de 2015
- 3 min de leitura

A calvície, segundo algumas estatísticas, afeta em maior ou menor grau, em torno de 50% da população masculina mundial. O aumento da preocupação masculina com a estética, o avanço nas técnicas de restauração capilar e a quebra de estereótipos masculinos vêm fazendo aumentar continuamente a busca pelas técnicas cirúrgicas de restauração capilar.
Os primeiros relatos de cirurgias para correção da calvície consistem em rotações de retalhos das áreas pilosas para as áreas calvas, eventualmente com o emprego de expansores teciduais. Devido aos resultados pobres, com extensas cicatrizes e estética capilar indesejável, logo esses métodos caíram em desuso, ficando reservados para casos de cirurgia reconstrutora, como em sequelas de acidentes ou retiradas de tumores. O primeiro grande avanço na cirurgia estética capilar foi a introdução das técnicas de implante capilar, iniciando com o FUT (folicular unit transplantation), as técnicas de implantes fio a fio e FUE (folicular unit extraction). A primeira técnica de transplante de unidades foliculares consistia na retirada de uma faixa de couro cabeludo da região próxima à nuca do paciente que era suturada, resultando em uma cicatriz linear nessa região, normalmente estendendo-se de uma orelha à outra. Essa faixa era então transferida a uma mesa de trabalho, onde as unidades foliculares eram separadas para posterior implantação. No início do desenvolvimento das técnicas, se observavam implantes rudes, com vários folículos em cada unidade implantada, dando à área implantada o aspecto de “tufos” capilares, originando resultados estigmatizantes. Essas técnicas foram evoluindo juntamente com a habilidade dos cirurgiões, que passaram a procurar unidades foliculares cada vez menores, objetivando de preferência as unidades com apenas um fio, ou até três fios (a chamada técnica de implante fio a fio), passando a apresentar resultados muito mais naturais. Nesse contexto também surgiram evoluções técnicas no sentido da preocupação com os implantes, como por exemplo respeitar a inclinação natural dos fios de cada região da cabeça e utilizar as unidades com menos fios na linha frontal do cabelo, deixando as unidades com dois ou três fios para preencher áreas menos visíveis.
É então que surge a última evolução no tratamento cirúrgico da calvície: a EXTRAÇÃO DE UNIDADES FOLICULARES, que convencionou-se chamar de FUE, sigla para o inglês folicular unit extraction. Esta técnica consiste na retirada dos implantes fio a fio da área doadora, com um aparelho específico para esse fim. Desta maneira os implantes já saem prontos para serem colocados na área calva. Essa técnica possui várias vantagens sobre a técnica FUT (retirada de faixa de couro cabeludo), como por exemplo:
Ausência de cicatriz linear na área doadora: como os implantes são retirados um a um, após a cicatrização não ficam cicatrizes aparentes, apenas pequenos “pontos” de onde são retirados os folículos.
Possibilidade de utilizar cabelo curto ou raspado: devido à ausência de cicatriz linear na área doadora, caso futuramente o paciente opte por usar o cabelo raspado ou bem curto, não se corre o risco de ficar com uma grande cicatriz visível na região posterior da cabeça.
Possibilidade de implantes de barba: em paciente que possuem falhas na barba é possível realizar implantes utilizando fios da própria barba, originando resultados mais naturais.
Possibilidade de realização da cirurgia com equipes menores: a técnica de FUT normalmente exige uma grande equipe para confecção dos implantes, eventualmente com seis a dez pessoas e é muito difícil montar uma grande equipe com pessoas qualificadas. A técnica de FUE permite que o mesmo cirurgião que retira os implantes faça a implantação, ou ainda, que dois cirurgiões façam simultaneamente a captação e a implantação das unidades foliculares, possibilitando melhores resultados com equipes mais compactas.
Os cuidados pós operatórios são bastante simples e normalmente o paciente pode voltar às suas atividades laborativas poucos dias após a cirurgia.
Espero que tenham aproveitado.
Até o próximo post!






















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